sexta-feira, 24 de julho de 2009

ONU seis desafios para garantir trabalho digno

ONU seis desafios para garantir trabalho digno
O trabalho é a chave de toda a questão social, explicou a Santa Sé ante as Nações Unidas, e é a condição “não só do desenvolvimento social, mas também do cultural e moral”. Assim o expressou o arcebispo Celestino Migliore, observador permanente ante a ONU, ao intervir esta quinta-feira ante a Sessão da Comissão para o Desenvolvimento Social do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, sobre o “tema prioritário”:
- “promover o pleno emprego e um trabalho decente para todos”. O prelado, em sua intervenção em inglês, sublinhou os principais desafios necessários hoje para garantir um trabalho digno. Em primeiro lugar, destacou a criação de um equilíbrio entre desenvolvimento e justiça social. “O respeito total dos princípios e dos deveres contidos na declaração da Organização Internacional do Trabalho, de 1998, segue sendo uma pedra angular para criar este equilíbrio”, precisou. O segundo desafio que se apresenta hoje ao trabalho digno, segundo Dom Migliore, é a igualdade entre o homem e a mulher. “As mulheres continuam sendo ainda muito descuidadas ou menos valorizadas” no mundo do trabalho, no qual o princípio do “mesmo salário para um mesmo trabalho” deveria ser evidente. Esta igualdade implica também, reconheceu, justiça sobre os critérios próprios da carreira profissional.
O terceiro consiste em ajudar os pais e mães de família, se é necessário juridicamente, “para oferecer sua contribuição única e insubstituível à educação dos filhos” para benefício de toda a sociedade. “É também importante que os homens e as mulheres que têm uma família recebam salários apropriados e justos, suficientes para permitir-lhes responder às necessidades ordinárias de suas famílias, em especial, a suas responsabilidades para com seus filhos”, afirmou. Um salário justo permitirá igualmente, acrescentou o observador permanente do Vaticano ante o “Palácio de Cristal” da ONU, evitar o recurso ao trabalho das crianças entre as famílias pobres, “em detrimento de sua educação”. O quarto desafio trabalhista está caracterizado por ambientes de pobreza extrema. “Nenhum governo, inclusive com meios modestos, deveria tolerar a pobreza extrema no mundo de hoje”, advertiu o prelado. “O mundo é rico demais para permitir que continue o escândalo da pobreza extrema por causa da falta de imaginação ou de políticas negligentes”, acrescentou.
Ao falar do quinto desafio, a situação das pessoas anciãs em um mundo no qual aumenta seu número e proporção, o arcebispo Migliore exortou os governos a “alentar as pessoas idosas a permanecerem no mercado de trabalho”. “Deveria dar-se uma maior flexibilidade nos sistemas de aposentadoria e no mercado de trabalho para alentar as pessoas mais velhas a trabalhar enquanto o desejem e possam”, disse. Dom Migliore precisou desta forma que os jovens deverão aprender a “valorizar, colaborar e respeitar os talentos e a experiência que só podem contribuir as pessoas mais velhas a seu trabalho”. O último desafio é a condição dos imigrantes, que “merecem um mesmo salário e uma mesma proteção jurídica”. Em particular, alentou a reunião de suas famílias, pois “com freqüência, a ausência de uma vida familiar normal leva a males como o tráfico humano e a prostituição, à margem de comunidades de imigrantes”. “Permitir às famílias que vivam no país de acolhida minaria o mercado desta escravidão moderna”, afirmou.

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