sexta-feira, 17 de julho de 2009

Manual do Gerente Incompetente

Manual do Gerente Incompetente

Cansado de livros, cursos e artigos que lhe dizem o que fazer? O que eles sabem? Ninguém conhece as dificuldades do seu dia-a-dia. Ninguém entende as pressões pelas quais você passa. São somente críticas atrás de críticas, pesquisas de clima e avaliações injustas. Afinal, você é o gerente! Não precisa disso! Bem que você gostaria de ver o que fariam no seu lugar, estes que querem lhe dizer o que fazer! Afinal, você é o gerente!

Eu o entendo perfeitamente e o que eu vou lhe dizer, você não vai encontrar em nenhum outro lugar. Minha proposta é: siga os passos seguintes (se é que já não os segue) e você terá uma vida gerencial muito melhor.

1. Mantenha uma equipe fraca: quanto mais fraca, incompetente e inexperiente sua equipe for, melhor. Primeiro porque, assim, você não terá que se preocupar se há alguém no grupo capaz de assumir o seu lugar. E, em segundo lugar, lembre-se que, quanto mais fracos os profissionais, mais simples e básicas são suas críticas, o que facilita muito o processo de liderança destas pessoas. Portanto, se for contratar alguém mais experiente, ou com vasta bagagem acadêmica, certifique-se de que ele seja mais incompetente que você. Isso sempre garantirá sua posição e lembre-se: quanto mais preparado o profissional é, mais exigente ele será.

2. Pró-atividade é para quem não tem o que fazer: Não se planeje, não seja pró-ativo! Se você se deparar com uma contingência (um pedido grande de um cliente, ou qualquer coisa do gênero) improvise! Passe por cima de normas e regras internas. Atropele em nome do faturamento que talvez você consiga com este trabalho (obviamente se você tivesse lido nos jornais que o cliente ganhou um grande contrato, você poderia ter previsto o ocorrido e se organizado para isso, mas você tem mais o que fazer do que se manter atualizado, é claro!).

3. Afogue-se em operação: Se você estiver o tempo todo fazendo tarefas operacionais, criará a imagem do executivo super-ocupado e, conseqüentemente, sem tempo para bobagens, como gestão de equipe (avaliação, treinamento), atualização profissional, planejamento etc. Assim, não perca mais tempo! Espalhe muitos papéis em sua mesa, demore pelo menos um dia para responder os e-mails, e faça trabalhos operacionais que envolvam cálculos básicos, digitação etc.

4. Não se atualize. Fez uma graduação há 20 anos? Uma Pós-Graduação há 15 anos? Ótimo! Já fez demais! E, se alguém trouxer algo novo, diga que é ótimo, mas que “infelizmente” nesta empresa não daria para utilizar.

5. Mantenha as informações consigo: Não compartilhe informações. Se só você tiver as informações, você sempre será necessário. Então, chega dessa bobagem de compartilhar tudo! Torne-se indispensável e insubstituível! Retenha informações!

6. Foco na política: Para que se preocupar com resultados? Mantenha-se sempre bem com todos, relacionando-se com facilidade, e até com popularidade que suas pequenas falhas serão relevadas. Afinal, você se dá tão bem com todos!

7. Esquive-se da culpa, SEMPRE! (Atenção, pois, este passo é fundamental para qualquer gerente!): Culpe os subordinados incompetentes (mesmo que tenha sido você quem os contratou e treinou). Culpe o RH pela falta de funcionários ou pela falta de conhecimento e preparo dos subordinados. Culpe T.I. pelo sistema e equipamentos ruins, defasagem tecnológica, ou qualquer coisa do gênero. Culpe Recursos Materiais, pela falta de infra-estrutura. Culpe a Diretoria, porque não lhe dá autonomia ou porque lhe dá autonomia demais e não lhe dá apoio. Culpe o fornecedor descomprometido (ainda que tenha sido você quem o escolheu). Enfim, culpe qualquer um, mas NUNCA, NUNCA assuma a culpa.

8. Para dar um feedback negativo: Nunca diga ao outro que você acha que o que ele fez não está bom. Diga que alguma outra área, pessoa, organização etc. constatou a falha, e está cobrando de você uma atitude para com o outro. Assim, você será apenas o mensageiro e não precisará se desgastar num feedback negativo. Essa ação também é muito eficaz para que você sempre se saia bem nas avaliações de desempenho dos subordinados e pesquisas de clima. Afinal, você também não quer ter um feedback negativo, não é mesmo?

9. E se um funcionário se queixar...: Diga que você até concorda com ele, mas que não pode fazer nada, pois isto está além da sua alçada.

10. Diga: “Não sabia”: E, por fim, haja o que houver, se a coisa sair ao controle diga as duas palavras mágicas “não sabia”. Se insistirem, diga que não recebeu o comunicado, o e-mail, ou qualquer outro veículo de comunicação que sua empresa tiver, e, portanto, você não foi informado e “Não sabia...”. Observe como rapidamente você sairá da posição de réu e estará na posição de vítima.
Garanto que, seguindo estas dez sugestões, você (infelizmente) terá seu emprego garantido em algumas empresas que tem por aí... ou não! Boa sorte!

Flávia Garbohttp://www.blogger.com/img/icon18_edit_allbkg.gif

Agenda do RH

1º dia: Bem-vindo ao RH! Que dia feliz! Você sempre quis trabalhar com pessoas e esta é sua grande chance. Surge a primeira solicitação: seu cliente precisa de um profissional com MBA, Inglês e Mandarim fluentes, 15 anos de experiência no segmento e, na área, salário R$ 1.000,00. Que desafio!

2º dia: Você continua procurando aquele colaborador, afinal, é o seu grande desafio! Enquanto isso, você começa a desenvolver seu primeiro treinamento comportamental. Realiza várias pesquisas, busca os mais modernos recursos. Estuda o calendário para agendar uma data em que todos possam participar.

3º dia: Seu cliente liga dizendo que não precisa mais fazer aquele processo seletivo, porque ele já encontrou o colaborador. Fala também que é uma ótima indicação, no entanto, quando você vai conhecer a simpática pessoa, descobre que a mesma ainda está cursando faculdade, balbucia um Inglês primário, está iniciando as atividades na área e foi contratada por R$ 1.500,00. Ok! Ok! Você entende que o profissional deve ter suas qualidades. Essas coisas acontecem etc.

4º dia: Seu treinamento está pronto! Vamos convocar os candidatos? Mas, lembre-se: tem que ser na data que não atrapalhe o fluxo das áreas de ninguém. E lá vão os convites! Você está orgulhoso de sua obra e não vê a hora dela acontecer.

5º dia: Sabe aquele candidato indicado? Na hora de registrá-lo, você se dá conta de que o salário que lhe foi oferecido está fora da tabela salarial da empresa. Aliás, este cargo não existe, mas o cliente tem fortes argumentos de que a pessoa é uma estrela no meio empresarial e que não vale a pena nutrir a “burocracia de mantê-lo na estrutura de cargos” e perder tanto talento!

6º dia: O telefone toca: - Olha, infelizmente o senhor Fulano não poderá comparecer no treinamento para o qual foi convocado. Claro que acho o treinamento importante, mas não é esta a questão, o Sr. Fulano está muito envolvido em um projeto e não pode se ausentar.Enquanto você argumenta ao telefone, olha para a tela do seu micro e vê um e-mail chegar: ”Informo que a senhora Cicrana não poderá comparecer ao curso, porque está muito atarefada e não posso liberá-la para o treinamento. Conto com sua compreensão” etc.

7º dia: Campanha motivacional! Oba! Que delícia fazer uma campanha motivacional. Prêmios, cartazes, analisar os indicadores, comunicar, incentivar a participação e realizar coisas afins. É ótimo fazer uma campanha motivacional e observar a alegria que contagia toda a empresa.
8º dia: Você vai tomar um café e se depara com uma pessoa estranha.- Olá, muito prazer! Te conheço? (...) Então, eu comecei aqui ontem, cheguei para trabalhar com o Sr. Beltrano de Tal, muito prazer!.Curioso! Como alguém entrou na empresa e não passou pelo RH? Como será que este profissional foi integrado?

9º dia: Oba! Chegou o dia do treinamento! Você, ansioso, entra em sala. Tanta preparação, tanto trabalho, afinal, mesmo com as desistências, você ainda tem quorum suficiente para manter o curso no ar.- Chegou o primeiro, o segundo, que legal, o terceiro! E só! Cadê o resto?, você pergunta impressionado.- O senhor não soube? Aconteceu um pico de produção e muitos não poderão vir – respondeu o auxiliar.- Todos os demais?, questiona.- Deixa eu ver a lista dos convocados. Esse sim, esse sim, esse não, esse está de férias. Ninguém avisou o senhor?, completa o ajudante.

10º dia: Seu Diretor o chama: - Sr. RH, gostamos muito da sua campanha motivacional, mas, teremos que reduzir os custos da empresa. Veja, a produção aumentou sim, mas foi porque o gestor mudou seu comportamento, porque o sol nasceu quadrado, mas certamente não por causa da campanha motivacional, que foi ‘bonitinha’, ‘simpática’, mas o senhor há de convir comigo que estas campanhas não costumam trazer resultados práticos, não é mesmo?”

11º dia: Redução de custos? Vamos começar pelo RH. Fim. Sua trajetória acabou. Você recolhe suas coisas, sua CLT, seu dicionário. Realmente, o RH burocratiza a empresa, sem os treinamentos, a produtividade do pessoal seria maior, sem os parâmetros de contratação e de cargos e salários, o pessoal teria mais flexibilidade para aproveitar talentos. Fim da linha. No caminho para a rua, de posse de seus pertences, com o firme propósito de mudar de carreira, caminha o Sr. RH, até que uma pessoa o intercepta:

- Sr. RH, não sei onde o senhor vai, mas eu gostaria de agradecê-lo, porque aprendo muito com seus treinamentos, trabalho mais feliz com estas campanhas que o senhor faz. Sinto que a empresa é justa quando vejo que meu salário é igual ao de outro que faz o mesmo que eu. Sinto-me ouvido e amparado em minhas atividades, e, por tudo isso, todos os dias, tenho a certeza de que posso oferecer mais à empresa. Assim, minha carreira deslancha e sei que a cada dia sou um profissional melhor. Obrigado!

A importância do “conhecer a si mesmo”

Artigo escrito por Clarice Ishikawa – Consultora da Netlogística

Durante as entrevistas realizadas com profissionais de Logística é nítida a dificuldade que estes apresentam ao refletir sobre seus aspectos pessoais no que se referem à suas fortalezas e pontos a desenvolver.

Quando o assunto é profissional, discorrem com facilidade suas experiências e seus conhecimentos, no entanto, quando o assunto é sobre si mesmo, permanecem em silêncio encontrando dificuldades em falar sobre si. Percebe-se assim, como estes profissionais não apresentam consciência sobre a importância deste fator que está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento profissional.

Quem sou eu? Qual meu potencial? Quais as minhas limitações? Quais meus gaps? Perguntas aparentemente simples, porém difíceis de serem respondidas por aqueles que não apresentam um profundo autoconhecimento.

É importante ressaltar que o aspecto profissional caminha juntamente com o pessoal. O profissional que apresenta apenas o conhecimento técnico, boa formação acadêmica e títulos ou reconhecimentos importantes pode até alcançar o sucesso, porém, em algum momento de sua carreira poderá encontrar dificuldades ou até insatisfação (mesmo ocupando uma posição invejável na organização), caso haja uma negligência do seu aspecto afetivo emocional. Isto porque, o ser humano não pode mais ser visto como um ser mecanicista, apenas executor do trabalho, mas como um ser integral, envolvido em todos os aspectos de sua vida - profissional/intelectual, psíquico, físico, social, lazer e espiritual.

Ao traçar o perfil profissional, as empresas requerem não só profissionais qualificados tecnicamente, mas também exigem perfis comportamentais como boa liderança/gestão de pessoas, capacidade de trabalho sobre pressão, trabalho em equipe, bom relacionamento interpessoal, estabilidade nas empresas, entre outros.

Por isso, é essencial que o profissional pare e reflita sobre si mesmo – quem sou eu, o que busco profissional e pessoalmente, quais meus talentos e fraquezas. Pode-se questionar, por exemplo, o motivo pelo qual não vem apresentando bom desempenho no trabalho (falta de conhecimento técnico? Falta de motivação?); na liderança, questionar o “porque” das dificuldades em lidar com determinado colaborador ou em administrar conflitos (falta assertividade? Insegurança?); na apresentação de um projeto, qual a origem da minha ansiedade excessiva (medo de falhar? Autocrítica?); Instabilidade na carreira profissional (Inflexibilidade a novos ambientes? Falta de foco?). Por meio destas questões é possível aproximar de si mesmo, caminhando rumo ao autoconhecimento.

Conclui-se então que é a partir da reflexão sobre nosso potencial e dificuldades que conseguimos nos conhecer um pouco melhor proporcionando um real desenvolvimento e aprendizagem para lidar com as adversidades resultando em um melhor desempenho e satisfação no trabalho.

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